terça-feira, 30 de junho de 2020

segunda-feira, 29 de junho de 2020

domingo, 28 de junho de 2020

sábado, 27 de junho de 2020

sexta-feira, 26 de junho de 2020


BLACK AND WHITE

 

quinta-feira, 25 de junho de 2020

RIO DOURO (VALBOM)


 
BARCO VALBOEIRO

"... Apesar de ser considerado um barco pesqueiro, também fazia transporte de mercadorias e passageiros entre margens.
... localmente é chamado de “camareta”.
Tendo em conta a sua efectiva utilização, quanto à carga, é apelidado por “barco das padeiras..."
Teixeira da Silva

quarta-feira, 24 de junho de 2020

segunda-feira, 22 de junho de 2020

VOZES DA NOITE



"Vozes na noite! Quem fala
Com tanto ardor, tanto afã?
Falou o grilo primeiro,
Logo depois foi a Rã..."

domingo, 21 de junho de 2020

CASA DA MÚSICA


PARA ALÉM DA VIDRAÇA


sábado, 20 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (71)


Mas eis que no dia 29 ou 30 de Outubro, vindo de Moçambique, chega a Luanda o Navio PÁTRIA. Transportava civis mas, mesmo assim ficamos na expectativa; será que vem lotado ou ainda terá espaço para mais alguém ...?
Como do Quartel General não transparecia nada, achamos que ainda não era desta.
Dia 31 de Outubro. Estava com alguns camaradas na cervejaria Biker. A conversa era sempre a mesma 'quando será que saímos daqui?'. 
Mas, de repente, entra um outro companheiro e diz eufórico: Gaspar e Faria ide rápido ao Quartel General tratar de tudo; embarcais no Navio que está aí e que parte no dia 2 de Novembro.
Era a notícia que tanto ansiava.
Lembro-me que nesse momento despejei os bolsos e deixei em cima da mesa todo o dinheiro que tinha, exclamando para os restantes companheiros, bebam, bebam à minha felicidade, eu não tenho agora tempo para brindar com vocês.
A partir daqui só guardo recordação de que na tarde do meu embarque um camarada 'Operador Cripto' foi despedir-se de mim ao navio. Ao ver-me, já vestido à civil e com tamanha alegria no rosto disse-me: Gaspar já mal te conheço, estás diferente, estás Feliz.
FIM



sexta-feira, 19 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (70)



Outubro estava no fim, vinte e seis meses de Angola. Só faltava a ordem de embarque, mas quando?
Aproveitei este tempo para tirar a 'Fotografia da Praxe'. Não gosto de fardas, mas entendi que seria bom uma foto de jeito para a posteridade. Aqui a partilho com quem me segue, desejando ao mesmo tempo que esta maldade sem tamanho não se repita. Desejando que cada País, cada Povo, tenha direito a viver em Paz. Desejando que mais ninguém se atreva a roubar a Juventude e a Vida aos portugueses.
Nota: Nesta Guerra miserável Portugal mobilizou perto de um Milhão de Homens. Dez mil perderam a Vida.

quinta-feira, 18 de junho de 2020

.A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (69)



Ultrapassados os vinte e quatro meses (Agosto de 1966 - Fim da Comissão), tive que esperar pelo meu substituto para durante algum tempo lhe transmitir os conhecimentos adquiridos e, esperar pacientemente que chegasse a hora do regresso.


quarta-feira, 17 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (68



Deixando o tempo correr. 
 À minha esquerda o saudoso Petronilho, à minha frente o companheiro Amaral.

terça-feira, 16 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (67)



Aproveitando o tempo livre para voltar a ser Gente.


segunda-feira, 15 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (66)



Cheguei a Cabinda pelas sete horas da manhã do dia 24 de Junho, estava exausto e com fome. Como era cedo deu para tomar o pequeno almoço, tratar da Guia de Marcha, descansar até à hora de almoço para pelas catorze horas (desta vez tive sorte) embarcar num Navio de Guerra da Marinha Portuguesa para Luanda.
A viagem foi longa. A juntar ao terrível calor sentido durante o dia seguia-se o frio da noite em alto mar. Mas ao fim de vinte e quatro horas estava de novo em Luanda.
No dia seguinte tive de me apresentar no Quartel General. Estava com vinte e dois meses de Angola, faltavam dois para o fim da Comissão.
Queres ir para Malanje? Por duas vezes me tinha sido prometido ir para esta Cidade que me diziam ser maravilhosa e em Paz.
Agora? Agora não quero. Agora quero ficar aqui a recuperar forças, quero ir para a praia, ficar moreno, para chegar à Metrópole como deve ser.



domingo, 14 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (65)



Entretanto chegou a noite que tanto temia-mos, eu e o meu camarada passamos a vigiar a cabina da GMC pedindo aos seus ocupantes que não se deixassem dormir: - “ meu Alferes não durma, fale com o condutor, não o deixe adormecer...”. Foi assim durante toda a noite, mas pela madrugada, já o dia começava a despontar, a viatura deu uma guinada para a esquerda e despistou-se.
Felizmente já tinha-mos saído do Maiombe, estava-mos na praia de Lândana.
Rapidamente saltamos para a areia, a GMC não tombou, ficou apenas inclinada para o nosso lado com a parte dianteira na praia e o resto na estrada. O trabalho para a colocar de novo na via durou algum tempo. Quando por fim a coluna retomou a sua marcha era já dia e deu para fotografar o Rio Luáli na sua chegada à Foz.
Os restantes cinquenta Quilómetros até Cabinda decorram normalmente. Para trás haviam ficado vinte e duas horas de muita preocupação. 

sábado, 13 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (64)



A coluna seguia em marcha lenta como se impunha,
dando para registar um ou outro apontamento fotográfico.


sexta-feira, 12 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (63)



Logo após o trágico acidente chegou a ordem para que eu e outro camarada mais novo regressasse-mos a Luanda. Tinha-mos coluna militar no dia a seguir, vinha mesmo a calhar.
Se por um lado estávamos felizes, por outro lado estávamos cheios de medo. A rapaziada era muito inexperiente, os condutores muito verdes e a viagem era longa.
Falamos com o Alferes responsável pela viagem e demos-lhe conta da nossa preocupação.
Tinha-mos muito medo que algum dos condutores adormecesse durante a noite.
No dia a seguir decidimos viajar na viatura onde ia o responsável e ir vigiando pelo óculo da cabine como corriam as coisas.
Saímos manhã cedo, pelo caminho paramos várias vezes para trocar de condutor e por outros motivos. Deu até para tirar um ou outra foto pelo caminho.


quinta-feira, 11 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (62)



Esta 'tropa fandanga' cedo começou a fazer asneiras.
No chão da capela atrás de mim jazia o primeiro morto.
Segundo relato do sobrevivente; - era já noite, iam a Buco Zau numa missão qualquer. À saída do aquartelamento disse-lhe o condutor: - vais ver o que é conduzir.
Duas ou três curvas adiante o Jeep voou mata adentro, foram ambos projectados.
Não sabendo do condutor o sobrevivente arranjou forças para voltar à picada e retornar ao acampamento a dar a triste notícia.
Só ao raiar do dia seguinte foi possível encontrar o desafortunado condutor, entalado entre o Jeep e uma árvore, com o tórax esmagado.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (61)



Novo Batalhão instalado tudo piorou. As Praças eram gente sem regras, o medo dominava aquela "tropa", várias noites os postos ficaram sem sentinelas, quase ninguém tomava banho, a alimentação se já era má piorou, notava-se que faltava higiene. Na caserna as noites eram insuportáveis.
Com a ajuda dos dois sargentos da nossa equipa mudamos de instalações.

terça-feira, 9 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (60)




Na despedida do Batalhão onde fiz uma ou outra amizade, mas não me lembro do nome de nenhum.


segunda-feira, 8 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (59)



Contando os dias que faltavam para acabar a Comissão.






domingo, 7 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (58)


O Batalhão estacionado em Bata Sano estava de saída. Novo Batalhão estava a chegar. O Comandante decidiu desfazer-se de alguns petardos de trotil que tinham a validade ultrapassada, no Rio Buco Zau. 
Como estava de folga fui até lá. Gostei do espectáculo.
Aproveitaram os nativos que, algumas centenas de metros a jusante, bacias na mão, apanhavam os peixes que, vítimas das explosões, vinham à superfície.


 

sábado, 6 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (57)



MERCADO SEMANAL DE BUCO ZAU

No lado direito da Foto vêem-se duas ou três casas pintadas de branco. Era aqui que moravam três senhoras brancas de que dei nota no dia (52) desta minha história. Senhoras essas que eram esposas dos chefes máximos do Batalhão: Comandante, 2º Comandante e Capitão de Operações; o que significa que durante a noite a CCS do Batalhão ficava entregue ao Oficial de Dia, ou de Noite mais propriamente. Já aos fins de semana alguém as trazia para Bata Sano. Um dia, era sábado ou domingo, as senhoras chegaram quando eu estava de serviço. O Posto de Rádio era em frente a elas, mas num plano superior. Pousei os auscultadores e sentei-me. Elas não me viam, mas eu via-as perfeitamente.
Rapaz jovem, carente de tudo e mais alguma coisa fiquei contemplando as ditas senhoras, até que, chegada a hora do maldito Miruim atacar, uma delas tratou de ir buscar o repelente. Como não viam ninguém à volta estavam à vontade. Passaram o repelente na cara, nos braços e, levantando as saias, também nas pernas. Fiquei hipnotizado de tal forma que, só quando “acordei” é que me apercebi que uma mosca tzé-tzé me tinha ferrado (estava em calções), deixando um fio de sangue a escorrer pela perna abaixo obrigando-me a seguir directo para o Posto Médico.
Nota: A picada da mosca tsé-tsé (Glossina palpalis) provoca sono porque transmite um parasita chamado Trypanosoma brucei. É este protozoário que leva a pessoa a um estado de torpor e letargia.Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 500 mil pessoas, principalmente da região subsaariana da África, são infectadas anualmente pelo parasita. Quatro em cada cinco doentes acabam morrendo depois de apresentar sintomas como fadiga, tremor, febre alta, dores intensas e convulsões.




sexta-feira, 5 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (56)




MENINA DO MAIOMBE
"...Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma..."
Sophia de Mello Breyner Andresen



quinta-feira, 4 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (55)



As colunas militares de e para Cabinda eram bi-semanais. Neste entretanto a vegetação do Maiombe aproveitava e recuperava os caminhos abertos pelas viaturas.
Havia no entanto alguns militares que, com umas viaturas especiais, voltavam a repor "essas vias" tão importantes para a nossa sobrevivência. Se a correspondência chegava às nossas mãos e repunha o importantíssimo equilíbrio psicológico, já os bens alimentares congelados (peixe e carne) chegavam a maioria das vezes podres.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (54)


A 'pancada' foi realmente muito forte, ainda por cima não tive lugar na enfermaria, mas, médico e enfermeiros trataram muito bem de mim durante os dias em que não me podia sequer levantar. Também o grande amigo Faria e não só, tudo fizeram para que eu conseguisse comer algo, mas como a alimentação era péssima, traziam-me a sua ração de fruta.
Quando por fim me levantei e fui ao espelho, não gostei do que vi. 
Os dois paludismos anteriores foram como que uma 'brincadeira' comparados com este no coração do Maiombe.
Com o pouco dinheiro que me restava (os senhores do Quartel General tiveram, mais uma vez, a amabilidade de não transferir os nossos vencimentos) consegui ir uma ou outra vez ao Bar comprar leite com chocolate, mas depressa deixei de ir (convém não esquecer que, quanto pior era o rancho, melhores era os produtos à venda na Cantina ou no Bar), quase sempre foi assim. Estava magríssimo, sentia que precisava de vitamina C. Uma ou outra laranjeira, ou algo parecido, que se avistavam da parte de fora do aquartelamento estavam completamente verdes, mesmo assim não resisti. Como as árvores eram pequenas, deu para colher algumas que sempre ajudaram à minha recuperação.
Nas fotos que tirei a seguir estava sempre com camisa de mangas descidas e apertada até cima, para disfarçar a magreza.
 
 

terça-feira, 2 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (53)



Como se pode ver na Foto as instalações de Bata Sano não eram más. Para além do que a foto nos mostra havia ainda a área de balneários. Mas o que aqui havia de mau, muito mau mesmo, era a temperatura quase irrespirável; todas as manhãs e fins de tarde avistava-mos uma 'nuvem cinzenta' vinda da densa mata, que outra coisa não era senão uma imensa massa de mosquitos muito pequeninos, tão pequeninos que não os enxergava-mos; eram do tamanho dos poros da nossa pele. Quando sentia-mos o corpo a arder passava-mos a mão e saía algo parecido com pó escuro. Depressa me fui abaixo. Febre altíssima e falta de forças assinalaram a chegada do terceiro paludismo (Malária) em Angola.
Continua

segunda-feira, 1 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (52)



Buco Zau era realmente uma comunidade nativa devidamente organizada, com 'Soba' (Autoridade Local) e tudo. Lá residiam também três senhoras brancas guardadas por um ou dois militares (em breve falarei disto). Mas, o Batalhão ao qual fiquei adido situava-se em Bata Sano, bem no coração da Mata do Maiombe.


5ª TERTÚLIA A 02 DE JULHO

5ª TERTÚLIA A 02 DE JULHO
COM A ARTE NO OLHAR