quarta-feira, 3 de junho de 2020

A TRISTEMENTE CÉLEBRE 'GUERRA COLONIAL' (54)


A 'pancada' foi realmente muito forte, ainda por cima não tive lugar na enfermaria, mas, médico e enfermeiros trataram muito bem de mim durante os dias em que não me podia sequer levantar. Também o grande amigo Faria e não só, tudo fizeram para que eu conseguisse comer algo, mas como a alimentação era péssima, traziam-me a sua ração de fruta.
Quando por fim me levantei e fui ao espelho, não gostei do que vi. 
Os dois paludismos anteriores foram como que uma 'brincadeira' comparados com este no coração do Maiombe.
Com o pouco dinheiro que me restava (os senhores do Quartel General tiveram, mais uma vez, a amabilidade de não transferir os nossos vencimentos) consegui ir uma ou outra vez ao Bar comprar leite com chocolate, mas depressa deixei de ir (convém não esquecer que, quanto pior era o rancho, melhores era os produtos à venda na Cantina ou no Bar), quase sempre foi assim. Estava magríssimo, sentia que precisava de vitamina C. Uma ou outra laranjeira, ou algo parecido, que se avistavam da parte de fora do aquartelamento estavam completamente verdes, mesmo assim não resisti. Como as árvores eram pequenas, deu para colher algumas que sempre ajudaram à minha recuperação.
Nas fotos que tirei a seguir estava sempre com camisa de mangas descidas e apertada até cima, para disfarçar a magreza.
 
 

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5ª TERTÚLIA A 02 DE JULHO

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COM A ARTE NO OLHAR